Espero estar errado, mas foram três pontos perdidos que são irrecuperáveis, e pelos quais, quase certamente, choraremos no fim do ano.

Gostaria de propor uma reflexão aos amigos tricolores: O Fluminense fez já duas ou três pré-temporadas este ano. Fomos eliminados duas vezes no Campeonato Carioca: na Taça GB e na Taça Rio, o que nos deixou fora das finais, #poupando# o time.

O Marcão e o Pet já foram praticamente #poupados# na partida contra o Paraná Clube, no domingo passado, vitória nossa por 2 a 1. Estavam machucados, mas foi um repouso forçado. Ou não?

Prosseguindo: quanto tempo temos mais até que todo o futebol brasileiro seja paralisado para a Copa do Mundo? Vinte dias, pouco mais.

Então, lanço a pergunta: poupar para o jogo contra o Vasco, por que? Para que? E se formos eliminados? É difícil, mas não impossível de acontecer.

Neste caso, em caso de eliminação, estaremos fora da Copa do Brasil e com três pontos irrecuperáveis no Campeonato Brasileiro, que seria o Plano B para a Libertadores do ano que vem.

Então, amigos, não posso me conformar com essa derrota terrível contra o Figueirense, um time candidato ao rebaixamento. São três pontos que farão uma falta mortal na reta final do Brasileirão. É um campeonato de pontos corridos, não sei se os brilhantes planejadores das Laranjeiras já acordaram para esse fato.

Tento também ter toda a boa vontade com o Osvaldo, que tem feito um bom trabalho, apesar do velho problema de ser um técnico previsível e que não sabe substituir. Mas, se é para lançar um time reserva, é preciso um mínimo de tática, ou de estratégia de jogo. Não basta distribuir camisas.

Não sei se o Osvaldo orientou a rapaziada que entrou em campo, mas que foi um verdadeiro bando, ah, isso foi! Três volantes teoricamente pegadores: Ângelo (que não passa, não lança, não joga, não dribla, não conduz a bola, não marca, apenas dá porrada), Rodolfo Soares (que nem porrada sabe dar, é um moleirão incorrigível) e o Romeu.

Pois o Figueirense carregava a bola do seu próprio campo até a nossa meia lua, sem que ao menos um desses volantes tentasse a marcação, sem um combate sequer. Onde estavam os volantes?

Quando nosso time recuperava a bola, não havia um passe sequer para os atacantes Adriano Magrão e Pitbull. Ao contrário, o único jogador que combatia e fazia faltas perto da nossa meia lua era, que fazia o papel dos volantes, era.... o Pitbull!!

Não havia articulação de jogadas, porque não havia sequer um jogador com essa característica. Nossos meio-campistas (os que atuaram contra o Figueira) não sabem articular nem uma frase inteira, quanto mais um ataque.

Imagino que os tricolores que conhecem um pouco de futebol, que jogaram ou assistiram a muitos jogos, dariam a seguinte orientação a um time que nunca jogou junto, formado por jogadores de baixo nível técnico: fiquem o mais próximo possível uns dos outros.

Tentem triangulações, porque passes longos são mais difíceis. E se perdermos a bola, haverá muitos jogadores próximos e ficará mais fácil recupera-la. Joguem próximos um dos outros, repito!

E mais: passes curtos, rápidos, em velocidade, triangulações pelas laterais do campo, e a tchurma do meio de campo, por favor, chegue junto aos atacantes, para não deixá-los isolados.

Não vimos nada disso. Vimos um enorme vazio, uma terra de ninguém entre a nossa fraquíssima defesa e o nosso inoperante ataque. Por ali, manobraram os horrendos meio-campistas do Figueirense, inclusive o terrível atacante Schwenck, que só conseguiu ser titular até hoje no CFZ.

E o pior: pudemos comprovar que há no elenco vários jogadores que não têm mínimas condições de estar no Fluminense. Nem como reservas, nem mesmo para completar o número de jogadores necessários a um treino coletivo. Não dá. Há o risco de que entrem em campo, conforme aconteceu neste triste domingo.

Não vou citar nomes, em respeito aos seres humanos, aos filhos das mães (afinal, era Dia das Mães) e aos profissionais que são, mas todo torcedor do Flu sabe a quais jogadores me refiro. E não são poucos. Não podemos ficar tranqüilos com esses rapazes no elenco. Ninguém pode ser campeão assim.

Enfim, gostaria de saber que tipo de preparação os titulares que não atuaram neste domingo estão tendo para o jogo de vida ou morte contra o time do Eurico. Houve ou haverá algum treino tático, técnico?

Será que o repouso dominical fará o Pet acertar finalmente uma cobrança de falta, ou pelo menos de escanteio? Fará o Rogério ter um desempenho físico de atleta profissional?

Nada está perdido, amigos. Vamos esquecer essa derrota contra o
Figueirense (que pode nos custar muito caro no final do Brasileirão), e nos centrar agora no jogo da Copa do Brasil.

Se o Flu meter um gol no Vasco, logo no começo do jogo, ou pelo menos até os 30 minutos do primeiro tempo, teremos todas as chances do mundo de passar pela canalha e ser campeões.

O problema é o trauma. Acho que escrevi a mesma coisa contra o Paulista no ano passado, depois da inaceitável derrota da primeira partida: #Se fizermos um gol no começo, vamos conseguir#.

Mas os nossos títulos mais saborosos, há muitos anos, eram os mais difíceis e sofridos. Os tricolores mais velhos sabem disso.

Por isso, acredito. E peço aos amigos que também acreditem, porque o nosso time, sem sombra de dúvida, é muito melhor do que o do Vasco.

Como disse antes do primeiro jogo: é preciso atenção, muita atenção (sofremos o gol do Edílson no único momento em que faltou atenção), concentração, raça, ousadia e confiança. Chega de sofrimento!
Figueirense 1 x 0 Fluminense: Diego (6); Radamés (5) depois Juliano (4), Gabriel Santos (3), Djordjevic (4) e Jean (2); Rodolfo Soares (1), Ângelo (1) depois Alex (sem nota), Romeu (5) e Evando (3); Adriano Magrão (3) depois Bruno (1) e Cláudio Pitbull (4).

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br